Atelier Poveiro de Maria da Luz Ferreira recebeu visitas de turistas
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- Categoria: Notícias Regionais
- Publicado em quinta-feira, 23 outubro 2025 09:32
- Escrito por: Redação
O atelier poveiro de Maria da Luz Ferreira recebeu, na passada semana, a receber a visita de vários grupos de jovens estrangeiros, tendo a estilista poveira recordado a ação de formação que lecionou em outubro de 2020 na Associação Empresarial da Póvoa de Varzim, referindo que “a Associação na altura deu-me muito apoio, mas de lá a esta parte as coisas alteraram-se bastante”.
Maria da Luz Ferreira sublinha que “passar a nossa cultura, os nossos saberes e o saber fazer a tradicional camisola poveira para as novas gerações é sempre um privilégio”, reforçando que “poderia estar melhor, deveria estar a ser feito muito mais sobre a nossa cultura, a nossa identidade”. Acrescentando ainda que “deveria ser feito um acompanhamento nas escolas da tradicional camisola poveira que não está a ser feito. Era necessário que fosse feito algo mais”.
A estilista poveira afirma ainda que “de há 5 anos para cá a situação é muito controversa. Pegamos neste projeto em 2009 e a Associação Empresarial na altura deu-me muito apoio, mas de 2020 a esta parte as coisas alteraram-se bastante”, adiantando ainda que “se me perguntar se antes de 2005 se vestia a camisola, eu digo que sim, em momentos específicos como o cantar as janeiras e pouco mais. Hoje veste-se mais, e isso deveu-se ao facto de eu ter colocado nas redes sociais que a Tory Burch, estilista norte-americana, pegou nesta cultura e lhe chamou mexicana”. Recorde-se que a controvérsia remonta a 2021, quando a estilista norte-americana Tory Burch lançou uma camisola com semelhanças à peça tradicional portuguesa, sem a referenciar e vendendo-a por 695 euros como uma criação sua, inspirada no México. A marca acabou por retirar a peça do mercado, pedir desculpa e chegar a um acordo com a Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, que incluía a criação de um link para o site do município, a renomeação da peça e o apoio a ações de formação para preservar a cultura local.
Maria da Luz Ferreira afirma mesmo que “aí houve um empolgamento de toda a situação, com o apoio da Câmara Municipal e Junta de Freguesia para mostrarem que a camisola é desta localidade, do povo poveiro. Mas eu gostava era que tivessem feito isso em 2009 quando apresentei o projeto. Para mim, eles foram atrás de uma indemnização, não de defender a camisola tradicional poveira e isso, no meu ponto de vista, é lamentável”.
As declarações podem ser ouvidas na edição local.
by WebFarol